A fé católica sempre esteve ligada, de um modo muito particular, à Virgem Maria, mãe de Jesus e também nossa mãe. Desta forma, inúmeras foram as aparições de Nossa Senhora, nos mais variados contextos históricos e sociais, bem como em inúmeros povos e nações, repetindo sempre aquele olhar atento de mãe, como aquele presente nas bodas de Caná: um olhar que percebe o sofrimento e aflição daqueles noivos que não tinham mais vinho e que sempre se preocupa com tudo o que fere a dignidade de seus filhos e filhas.
No Brasil, não foi diferente: a aparição de Nossa Senhora acontece em um contexto de angústia e preocupação! Era o ano de 1717 e tudo começa quando três pescadores, João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram encarregados de conseguir peixes para o banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá iria oferecer a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o conhecido Conde de Assumar, que sendo governador de São Paulo e Minas Gerais, visitava aquela região.
No entanto, como expressa o ditado popular, “o mar não estava para peixe” e nada conseguiam pescar. Imaginemos, aqui, o medo e a angústia que tomaram aqueles três homens tão simples: uma incumbência tão certeira para conseguir os peixes e após incontáveis tentativas de pesca, todas haviam sido sem sucesso. A cada movimento de lançar as redes, aguardar e nada pescar, certamente aumentava a aflição em seus corações. E, como sempre, eis que a Mãe se compadece de seus filhos que após encontrarem a pequena imagem de Nossa Senhora em duas partes, sendo primeiro o corpo e depois a cabeça, o milagre acontece: de tentativas fracassadas de pesca, as redes se encheram abundantemente de peixes.
Em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid19), todo o povo brasileiro vive momentos de incerteza e de instabilidades, sendo elas econômicas e profissionais, além da dor decorrente da perda de 150.000 brasileiros que faleceram vítimas da pandemia. Porém, não devemos nos desesperar, pois contamos com a intercessão da Senhora Aparecida!
Neste 12 de outubro, recordo o Decreto emitido pelo então Papa Pio XI, em 16 de julho de 1930, constituindo Nossa Senhora da Conceição Aparecida como padroeira do Brasil. Naquela ocasião, na realidade, era o povo brasileiro que se consagrava à sua Senhora e Mãe, e hoje, repetimos as mesmas palavras: “Senhora Aparecida, o Brasil é vosso! Rainha do Brasil, abençoai a nossa gente. Paz ao nosso povo, salvação para a nossa pátria! Senhora Aparecida, o Brasil vos ama e em vós confia. O Brasil vos aclama: Salve Rainha”.
Recorrendo à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, que Deus abençoe e proteja todo o povo brasileiro!
Texto: Pe. Guilherme Massoca Baptista
Imagem: Pascom | Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Pompéia | Diocese de Marília